Viver bem, viver melhor com sabedoria, carinho e atenção!
Talvez, ‘sabedoria’ seja a melhor palavra para descrever milhares de pessoas que já passaram por muitas coisas na vida, capítulos, bons, outros não tão bons, mas que com certeza serviram para que chegassem onde hoje estão. São pessoas cheias de histórias, de lições de vida a todos. Pois é, falo da terceira idade, da melhor idade, enfim, como queiram chamar nossos idosos que são o pilar de famílias, são os avós, os pais, que na grande maioria tiveram uma vida complicada. Mais que esforço, dedicação, força de vontade, e o mais importante, o amor.Construíram e cuidaram de muitos e passaram a todos nós, filhos e netos, os valores que nos são tão importantes perante a sociedade.
Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, o Brasil soma hoje 23,5 milhões de brasileiros acima de 60 anos de idade, pouco mais que o dobro registrado em 1991. Vovôs e vovós que têm sim um papel na sociedade e que merecem respeito pela experiência de anos que carregam nos ombros. Para a socióloga e professora, Ana Lúcia de Carvalho Pucciarelli, nossos ‘velhinhos’ contribuem para um “posicionamento sobre o que é realmente valor”. Já ouvimos algumas vezes que nem tudo o que é novo é bom. “Ao idoso, com sua experiência, cabe o papel de nos alertar, de ponderar e insistir nos valores mais importantes”.
Percebemos as mudanças de comportamento da sociedade ao ler os livros de história, por exemplo, mas, não precisamos ir tão longe, olhemos para traz, o passado nos ensina e não pode ser esquecido. “Nas sociedades antigas o idoso era o sábio da aldeia, era o chefe, pois com seus conhecimentos práticos poderia guiar o seu povo. Na Roma antiga, o senado era o conselho dos anciãos, portanto, ouvir os mais velhos com respeito e levá-los em consideração era também uma atitude valorizada e até de certa prudência. Hoje, com a velocidade das transformações tecnológicas há uma preocupação em estar atualizado e o passado, ou mesmo aquele que conhece e guarda o passado perdeu um pouco da sua importância.” Uma importante observação da professora Ana Lúcia.
O que sabemos é que são pessoas que merecem respeito e que têm seu valor! Merecem carinho, amor e atenção, afinal, é disso que eles precisam, de pessoas que os ouçam contar as histórias do passado, de uma infância sofrida, mas feliz, contraditório, mas é a realidade de pessoas que lutaram para sobreviverem e sustentar não só a si, mas a toda uma família que necessitavam, aprendiam e cresciam um com o outro. “Acho que a mocidade deveria olhar mais para a terceira idade, no meu tempo de infância eu trabalhava, já com 13 anos”. Hoje aos 75, Álvaro Umberto, comerciante aposentado, chamado carinhosamente de Betinho pela família e amigos, que são muitos e que ao longo da vida conquistou, afirma que discernimento e sabedoria são válidos para ser bom pai, bom companheiro, bom esposo.
Atitude é a palavra de ordem. Aceitar e valorizar aqueles que doaram suas vidas a pessoas que algumas vezes não sabem retribuir a toda uma vida de dedicação! Por isso, seguindo a sugestão de Ana Lúcia e também da Igreja, busquemos re-incluir a cada dia mais, fazendo ressurgir a ideia que que os idosos, são os sábios e anciãos de épocas onde a idade era o sinal de sapiciência. “Temos que ter atitude de valorização. Ouvir as pessoas, deixar que tenham vozes para relembrar o passado e mais importante, educar os mais novos para que tenham respeito e consideração.”
Ser feliz é o objetivo de crianças, jovens e adultos. Passar dos 60, e conquistar esta paz de espírito é sem dúvida gratificante. “Me sinto bem, graças a Deus, hoje já sinto um pouco da idade. Tenho 75 anos, uma pessoa que trabalhou do leve ao pesado, chega uma hora que desgasta, mas com saúde e tenho um Deus no coração, agora, quem não tem Deus não é ninguém!”
Projeto Idosos
A Comunidade Missionária Providência Santíssima entre suas atividades tem o projeto ‘Centro Dia’, quevisa atender pessoas com mais de 60 anos em situação de carência afetiva ou econômica, pessoas que passam a maior parte do dia sozinhas e sem atividades e por isso, acabam ficando muito em casa ou até mesmo na cama.
Há meses em funcionamento na CMPS/ Convento São José. O trabalho tem parceria com a prefeitura Municipal de Mococa, cidade, onde está localizada a Casa Mãe. Gisele Souza trabalha diretamente com estes idosos, ela conta como funciona o ‘Centro Dia’.
“Um ônibus cedido pelo município, busca os idosos em casa e os trazem para o Centro Dia, onde eles realizam atividades diariamente”. Para cada dia da semana é preparado algo diferente desenvolvido especificamente para a idade deles. Entre as atividades estão: Fisioterapia, artesanato, culinária, atendimento psicológico dentre muitos outros e o mais importante carinho, atenção que temos com eles e muito mais eles com agente, conta ela. Eles também tomam café da manhã e almoçam no projeto.
Em um país com grande parte da população idosa trabalhos como este são sempre bem vindo para acolher nossos velhinhos que carecem de atenção. “Nossos idosos se sentem valorizados e acolhidos pela CMPS, assim passam a se sentir importantes e capazes”, afirma Gisele.
Experiência
A vida não acaba ou se torna sem cor ao entrar na terceira idade, pelo contrário, os muitos anos vividos trouxe experiência, maturidade para se viver bem e melhor! Muito ainda pode ser feito! Muitos precisam desta sabedoria!
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